domingo, 31 de julho de 2011

Como escrever bem...



Muitas pessoas perguntam-se se há algum segredo, algum “macete” para se escrever bem. É partindo desse pressuposto que uma indústria monstruosa de cursinhos e manuais de redação é criada e as pessoas gastam rios de dinheiro nessa busca frenética pelo segredo do sucesso na escrita. No entanto, por mais que se deem truques e macetes para ser um bom escritor, esses manuais não ensinam a pensar. E uma estrutura sem conteúdo é o mesmo que um esqueleto sem carne. De nada nos serve.
Ao invés de ensinar tais “macetes” é essencial ensinar a pensar. Ensinar a enxergar além do óbvio, através do subentendido, das entrelinhas. E isso só se consegue com muita leitura e estudo.
Existem, entretanto, duas atividades básicas que nos ajudarão a escrever bem: ler e escrever.
Um escritor, antes de tudo, é um leitor. Nada é escrito por acaso. Tudo o que escrevemos é uma re-leitura, uma re-significação de tudo o que lemos e de nossas experiências de vida. Portanto, para preenchermos nossas produções textuais de “carne de 1ª”, temos de ser exímios leitores.
A segunda regra trata-se da prática da escrita. Só se aprende a escrever, escrevendo! O exercício atento e constante leva-nos ao aprimoramento. Porém, lembre-se: o exercício atento e constante! Não adianta escrevermos e, após a identificação de “problemas” ou “desvios” da norma padrão, voltarmos a repeti-los. Também a leitura deve ser uma constante, uma atividade diária em nossa vida.
Outro fator de suma importância é a necessidade de escrever para alguém. Não faz sentido escrever algo para ninguém ler! Quando sabemos a quem se destina nosso texto, moldamos nossa produção. Para exemplificar, imagine que tenha de sair e deixar um bilhete para avisar sua saída. Será que no bilhete endereçado à sua mãe, seria usada a mesma linguagem e abordagem caso ele fosse direcionado ao seu namorado(a)?
Por isso, as atividades escolares não fazem sentido. Escrevemos para ninguém ou simplesmente para o (a) professor(a) que, na maioria das vezes, não é uma leitor(a), e sim, a corretor(a) da redação.
Assim, para se escrever bem são necessários, dentre ouros pontos, três fatores: desenvolver o hábito da leitura, treinar a escrita constantemente e ter claro a identidade de seu interlocutor.
Comece por aí, este é o verdadeiro macete!
Imagem fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:N_write.svg?uselang=pt-br

sábado, 21 de maio de 2011

Resumo da Educação no Brasil por Amanda Gurgel

Este é um dos depoimentos mais verdadeiros e pertinentes que já vi e toda a minha vida de aluna e professora. TODOS deveriam ver isso e perceber a triste realidade pela qual nós, professores, passamos e, não apenas ver,mas buscar melhorias, reinvidicando seus direitos assim como esta professora fez!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Hoje é dia do Museu!

Hoje, dia 18 de maio, é o Dia do Internacional dos Museus! Que tal levar seu filho para conhecer um pouco da cultura de nossa cidade? Segue o link do site que contém a lista dos museus de Salvador, a maioria deles possui entrada gratuita ou possuem preços bem pequenos. Nesse site, vocês encontrarão também o telefone para contato e o horário de fucionamento. 
Uma boa dica de vsita é o Museu Carlos Costa Pinto, localizado na Avenida Sete de Setembro, veja mais detalhes sobre este museu, clicando aqui.
Sucesso em suas visitas e Viva a Cultura!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Biblioteca CIEE

Em postagem anterior, sobre Estágio, falei sobre o CIEE. É um portal muito útil, pois além de cadastrar estudantes para vagas de estágio, possue cursos de capacitação à distância. Fuçando o site, encontrei outra funcionalidade:

Uma mini bliblioteca com Livretos de temáticas atuais e interessantes que são notícia e, muitas vezes, caem em provas de concurso público como Atualidades. As temáticas são as mais variadas, desde Células-tronco, até Aquecimento Global e Habitação

O mais interessante é que essas obras estão disponíveis para download e impressão. São leituras rápidas, mas muito ricas e úteis. Vale a pena conferir! Clique aqui e deleite-se!

terça-feira, 1 de março de 2011

Trabalhando a Gramática de forma reflexiva: Substantivo

Em postagem anterior, falei um pouco sobre a necessidade de tratar dos fatos gramaticais em sala de aula de maneira mais reflexiva. Leia a postagem supracitada clicando aqui.
Hoje trarei a propostas de atividades para tratar da classe gramatical substantivo. Ambos os textos utilizados foram escritos por mim. Espero que gostem.

A terra sem nome

Era uma vez uma coisa onde as coisas não tinham nome. E tudo o que se dizia era uma coisa só.  Quando se ia à coisa em que se compram coisas, veja só que coisa:

— Oi seu fulano! Me dá aquela coisa.
— Qual coisa?
— Aquela coisa que a gente serve para usar a coisa.
— Tem tanta coisa que a gente usa, que coisa você quer?
— Aquela!
— Mas, tem tanta coisa ali!!
— Aquela coisa, que tá junto daquela outra coisa, entre aquela coisa e aquela outra coisa!!!
— Ihh... não tô entendendo coisa nenhuma!!!
— Posso ir lá pegar a coisa?
— É... pode...
— É essa coisa aqui, ó!!
— Ah!! Eu achei que era a outra coisa!
— Quanto custa?
— R$ 2,45.
— Obrigada!
 Se você achou uma coisa de louco, imagina só tentar chamar alguém...
Numa tranquila tarde, senhoras reunidas para um chá:
    Ô senhora!
    Quem? Eu?
    Não! A senhora ali!
    A ta, eu?
    Não! Ela!
    Eu?
    Eu?!
    Eu?
    Não, a senhora!

Um dia, resolveram dar nomes às coisas e cada coisa passou a ter sua identidade, não só as coisas, mas também as pessoas, animais, seres em geral. E a coisa onde as coisas não tinham nome passou a se chamar lugar e aquela coisa onde se compravam coisas ficou conhecida como mercado e as senhoras que tomavam chá passaram a se chamar Maria, Joana, Fátima, Sara...
O que eu ainda não descobri é o nome daquela coisa que serve para usar a coisa! Você sabe o que é? Então me diz porque eu não aguento mais essa curiosidade!!!

Proposta de Trabalho
O objetivo deste texto é iniciar o estudo do substantivo, fazendo uma reflexão sobre sua definição, uso e função. Promova uma discussão sobre como seria o mundo sem os nomes. Peça que eles tentem adivinhar “o nome daquela coisa que serve para usar a coisa” citada no último parágrafo do texto. Você irá se surpreender com a criatividade deles! Peça que eles expliquem e deem indícios no texto do porquê de terem escolhido determinado objeto para designar “a coisa”.
Substantivo

Meu amor é um substantivo
Porque dá nomes ao meu desejo
É comum, pois o amor romântico
Atinge muitos corações
É próprio, visto que o amor que lhe dedico
É completamente particular
É primitivo, pois és meu primeiro amor
É derivado, porque vem da admiração profunda
Que tenho por ti
É simples, pois a beleza está na simplicidade
É composto, já que combina a si
Muitos sentimentos: respeito, carinho, lealdade...
É abstrato, visto que o sinto e não o vejo
É concreto, porque a cada dia
Solidifica-se mais.
É comum de dois, pois também me amas
É biforme, já que te amo com um amor
Fraterno e romântico
É uniforme, pois nos unirá
Em uma só carne.

Confira mais poemas no blog: melflorcosta.blogspot.com.
Proposta de Trabalho:
 Esse poema pode ser usado quando iniciar a aula sobre a classificação dos substantivos. Peça que os educandos expliquem as classificações dos substantivos citadas no poema, nessa parte eles precisarão ser ajudados por você. Faça uma aplicação do conceito gramatical dos termos ao uso que foi feito deles no poema.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cursos Online e Gratuitos!

Com a correria da era moderna e a crescente demanda de informações, torna-se muito difícil dedicar tempo á cursos e especializações. Foi pensando nisso que diversas empresas e entidades estão criando ambientes de mini-cursos á Distância. Na maioria deles, basta se cadastrar e reservar algumas horas por semana para fazer o curso. Além de trazerem conhecimento e especialização, a maioria deles permite a impressão de certificado que pode enriquecer o currículo e até são aceitos em algumas Universidades como hora complementar. Seguem alguns sites de cursos online gratuitos, aproveite!


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Só não consegue quem não quer...

É muito fácil cruzar os braços diante dos problemas da vida, é muito cômodo culpar os outros, o governo pelo nosso próprio fracasso, mas difícil mesmo é ignorar os desafios da vida e batalhar em busca de sonhos! Foi isso que fez Mona Lisa Nunes de Souza, 23 anos, ex-moradora de rua e atual estudante do curso de História da UFBA! Como isso foi possível? Leia mais no Jornal Correio. Apesar de ter mãe drogada e irmã prostituta, ela não quis ter o mesmo destino. Exemplos como esse mostram a capacidade do ser humano de superação e realização pessoal. Assim, caro leitor, não desista de seus sonhos.

"Desculpas nobres não justificam atitudes pobres" (Autor desconhecido)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PORQUE ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA???

Recentemente, ouvi relatos num mini-curso que me causaram profunda inquietação. Tratava-se de falas de educandos de realidades diferentes, mas que questionavam o mesmo assunto: estudar ou não estudar português? O primeiro, oriundo obviamente de escola pública, disse: “pra que estudar português se vou continuar roubando carros?”, o segundo, de uma escola abastarda manifestou-se: “pra que estudar português se vou herdar tudo do meu pai?”.


Realidades diferentes, mas que se debruçam na mesma problemática: estudar português não tem valor prático. Esse é o conceito da maioria de nossos educandos, sejam eles da classe alta, média ou baixa. Vivemos numa sociedade altamente imediatista, na qual a maioria das pessoas, sobretudo os jovens, acredita que tudo deve trazer um benefício ou lucro imediato, pensamento este resultante da lógica capitalista. Não há sentido estudar português se isso não me fará mais rico ou não me ajudará em minha vida prática. E na verdade... eles estão certos!

Não me refiro ao fato de estudar ou não português para roubar carros ou ser herdeiro de pai rico. Não! Refiro-me ao fato de ter de me debruçar sobre uma atividade que não tem valor prático e, portanto, não faz sentido. Só há, porém, a necessidade de corrigir a problemática: estudar ou não GRAMÁTICA? Agora sim, a pergunta faz sentido.

Mas talvez se pergunte: estudar Português e estudar Gramática não é a mesma coisa? Na verdade não! Português e Gramática são coisas diferentes e é neste equivoco que se encerra a grande resistência de nossos educandos com a matéria língua portuguesa.

Língua e Gramática não são a mesma coisa, a gramática faz parte da língua, mas não é imprescindível para o bom uso dela. Assim estudar análise morfológica (classes e formação de palavras) ou sintática (sujeito, predicado, adjunto averbial, etc.) não fará com que meu educando produza bons textos ou saiba adequar sua linguagem aos diversos contextos sócio-comunicativos, pelo contrário, só causa tédio e, por vezes, sentimentos de inutilidade diante da complexidade de muitos assuntos, como demonstrado nas opiniões citadas no início deste ensaio.

Essa descoberta não é nova. Diversos autores já falaram e demonstraram em excelentes trabalhos a ineficiência do ensino da gramática em formar bons usuários da língua. Dentre eles estão: Marcos Bagno (Dramática da Língua Portuguesa, Preconceito linguístico), Maria Helena de Moura Neves (Gramática na Escola), Mario Perini (Para uma Nova Gramática do Português), Sírio Possenti (Por que ( Não ) Ensinar Gramatica na Escola), entre outros.

Então por que continuamos a insistir nesta atividade despropositada? Uma das razões é a questão da tradição. Acostumamos-nos com tal forma de ensino durante séculos que a resistência á mudança é sempre muito forte. A escola, tanto pública como particular, está acostumada ao estudo gramatiqueiro, possuindo inúmeros programas de estudo baseados na gramática, que não é por acaso chamada de tradicional.

Na verdade, é necessário que as aulas de língua portuguesa, tornem-se verdadeiramente AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA, e não aulas de gramática. É necessário haver um ensino reflexivo, baseado no uso e não em regras que não possuem nenhuma relação com a realidade.A maioria dos exemplos utilizados na gramática fazxem referências a escritores da literatura nacional ou lusitana, mas a peregunta é: quero treinar escritores literários ou bons usuários da linguagem do dia-a-dia? Não escrevemos com a linguagem dos sonetos ou dos romances literários, escrevemos atas, resumos críticos, e-mails comerciais, etc. e é nesses gêneros textuais que reside a dificuldade dos nossos alunos.

Fiquem atentos, em postagens futuras, trarei algumas sugestões de aulas, técnicas e dinâmicas que tornarão as aulas de língua mais enriquecedoras. Até a próxima!